Estoques em baixa e aumento nas exportações indicam possibilidade de desabastecimento
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) alerta para o nível elevado das vendas externas que está causando receio em relação ao abastecimento no segundo semestre de 2020.
A expressiva valorização cambial está levando ao aumento da demanda externa pela soja brasileira, impulsionando com força a liquidez doméstica. Esse cenário, atrelado ao baixo excedente interno, catapultou os preços da oleaginosa no Brasil.
No início da pandemia SARS-COV-2 no país, os operadores estavam incertos quanto às consequências no consumo de farelo e óleo de soja. Porém, a demanda doméstica e externa continuaram incrivelmente firmes, especialmente por farelo de soja.
Devido ao câmbio elevado, indústrias, principalmente as da região Sudeste, preferem exportar o derivado ao invés de vendê-lo no mercado interno, já causando deficit de abastecimento para parte dos consumidores brasileiros de farelo.
A projeção futura não é animadora.
Em junho, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) indicava uma queda de 49,7% nos estoques finais de soja, para apenas 1,669 milhão de toneladas, bem abaixo da média de 7,2 milhões de toneladas dos últimos cinco anos.
JR Mazzon